terça-feira, 2 de março de 2010
Michèle Sato
Sou paulistana, da gema do Butantã, onde nasci, cresci e aprendi a sonhar. De giro no mundo, desci pra Cuiabá, de onde os pés enraizaram e criaram frutos. Queria ser chão para que as árvores crescessem em mim! Casada, com 2 filhos mestiços [os mais lindos do mundo], sou professora e pesquisadora de educação ambiental na Universidade Federal de Mato Grosso [UFMT], mas também sou colaboradora dos programas de pós-graduação das universidades de São Carlos [UFSCar, SP], Rio Grande [FURG, RS] e também na Espanha, onde deliro em castelos célticos.
Adoro a literatura surrealista, e por isso, sou movida pelas palavras eróticas ou desconexas, pela gramática inventada ou daquelas expressões que enlouquecem os verbos. Adoro Manoel de Barros! Mas também gosto de Orides Fontela, Floriano Martins e Oswald de Andrade, entre outros bons nomes brasileiros. Adoro os internacionais, Charles Baudelaire, Paul Valèry, Arthur Rimbaud ou Octavio Paz, entre muitos outros.
Sou uma brasileira que luta pela construção deste país, que morou muito tempo fora do Brasil e tive herança zen budista em função de meus pais japoneses, ambos importados. Deles, creio que a disciplina é uma marca cultural muito forte em minha vida, principalmente o exercício de agradecer. Mas diferentemente da maioria dos descendentes nissei, eu sou muito falante, despojada, adoro brincadeiras e socialmente muito divertida. É um perfil brasileiro, mas que contagiou meu pai e que me influenciou muito, porque ele foi um grande herói na minha vida. Para ele, o melhor lugar do mundo chamava-se Brasil. Concordo com ele, e por isso, canalizo o seu legado japonês à construção da cidadania brasileira.
''E talvez a vida seja como uma flor perfumada. Nossa luta pode soar como a bela colorida flor, e fingimos que o cansaço se esconde como o perfume da flor. O olhar pode fixar a flor, mas a invisibilidade do perfume é completamente desmascarada nos sentidos de um cego...''
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